Prefeitura de Manaus capacita profissionais de enfermagem para manejo de lesões diabéticas

A Prefeitura de Manaus está promovendo, ao longo deste mês, um curso de capacitação sobre manejo de lesões relacionadas ao diabetes, voltado a enfermeiros e técnicos de enfermagem da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa). Profissionais de unidades do Distrito de Saúde (Disa) Sul participaram da formação nesta quarta-feira, 10/9, no auditório do centro universitário Martha Falcão Wyden, no bairro Adrianópolis, zona Centro-Sul.

A programação abrangeu conteúdos teóricos e práticos enfocando processos fisiológicos, causas, formas de classificação e de abordagem das lesões relacionadas ao diabetes, além de dados epidemiológicos do agravo. O curso teve a participação de 30 profissionais de unidades de referência do atendimento a lesões diabéticas do Disa Sul da Semsa.

A chefe do Núcleo de Atenção à Saúde das Pessoas com Doenças Circulatórias e Diabetes da Semsa, Phamela Costa, que é também uma das facilitadoras do curso, relata que os danos a vasos sanguíneos e nervos decorrentes dos altos níveis de glicose no sangue propiciam a formação de lesões, principalmente nos pés, mas podendo ocorrer também em outras partes do corpo.

“Com essas capacitações, buscamos qualificar as equipes da Atenção Primária para o cuidado dessas lesões, que demoram mais a cicatrizar, atualizando os profissionais quanto à prevenção, rastreamento e acompanhamento dos usuários com diabetes”, relata a gestora.

Phamela assinala que a rede municipal de saúde tem 37 unidades de referência para lesões relacionadas ao diabetes, distribuídas em todas as zonas distritais de saúde da capital. “Os usuários com diabetes que apresentem uma lesão podem ir a qualquer unidade da Semsa, sendo encaminhado para uma unidade de referência caso seja necessário, dependendo do grau da lesão”, explica.

Foco na prevenção

Outro facilitador do curso, o enfermeiro estomaterapeuta da Unidade de Saúde da Família (USF) Franco de Sá, Ítalo Cruz, apresentou um panorama sobre a fisiopatologia das lesões relacionadas ao diabetes, focando desde as origens e causas até o tratamento da doença. Ele aponta que o curso busca reforçar a atuação dos profissionais no sentido da prevenção do agravo entre os usuários da rede de saúde.

“O usuário com diabetes, independentemente da idade, tem chance de desenvolver uma lesão. Nosso objetivo é fazer com que o profissional tenha, desde a consulta de enfermagem, um olhar diferenciado para esse usuário, mais atento à prevenção dessas lesões”, aponta.

Ítalo relata que a falta de sensibilidade nos pés, decorrente dos danos aos nervos periféricos causados pela hiperglicemia crônica, somada à falta de avaliação e cuidado adequado dos pés, contribuem para ocasionar as lesões. O tratamento envolve acompanhamento com médico, nutricionista e profissionais de enfermagem. “Dependendo do tipo da lesão, o tratamento pode se estender de três a seis meses”.

A técnica de enfermagem Tatiana Brito, da USF Megumo Kado, situada no bairro Educandos, ressaltou a importância da capacitação para o aprimoramento e atualização dos profissionais. “É uma oportunidade para sabermos se o que estamos fazendo está dando certo e o que precisamos mudar, além de conhecermos novidades relacionadas às lesões decorrentes do diabetes”, aponta.

Tatiana observa que o atendimento na rede de saúde contribui não só para a prevenção como para dar esperança aos usuários com lesões. “Ainda há uma noção de que a lesão diabética vai durar a vida toda ou mesmo levar a uma amputação, mas hoje em dia já não é assim. E os pacientes, quando veem uma melhora significativa, ficam ainda mais motivados para seguir o tratamento”, diz.

Agravo

De acordo com dados da Semsa Manaus, no ano passado, a rede municipal de saúde realizou mais de 168 mil atendimentos a usuários com diabetes. A condição crônica é caracterizada pelo aumento dos níveis de glicose (açúcar) no sangue, em razão da falta ou da má absorção da insulina. Os fatores de risco associados à doença incluem hábitos alimentares inadequados, sobrepeso, obesidade, sedentarismo e hereditariedade, entre outros.

Entre as complicações mais frequentes entre pessoas com diabetes mellitus estão as lesões relacionadas à doença, caracterizadas por úlceras ou feridas, principalmente nos membros inferiores. As lesões podem ser agravadas pela condição crônica, tornando o tratamento mais difícil ou até levando à perda do membro, com sérios impactos físicos, psicológicos e sociais para o usuário.

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Texto – Jony Clay Borges / Semsa
Fotos – Divulgação / Semsa


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