Fotos: Bruno Leão/Sedecti
Declaração reacende debate sobre tarifas e ações unilaterais dos EUA contra o Brasil sem diálogo com o governo Lula
Palavra-chave principal: Trump tarifas Brasil
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Manaus – 19 de julho de 2025 | Fala Amazonas
Em meio à tensão crescente nas relações comerciais entre Brasil e Estados Unidos, o ex-deputado federal e economista amazonense Serafim Corrêa criticou a postura do ex-presidente norte-americano Donald Trump ao comentar as recentes medidas unilaterais impostas ao Brasil. A declaração foi divulgada pelo portal A Crítica nesta sexta-feira (18).
“Agora, isso é um processo que podia ser econômico. Não adianta querer misturar política nem decisão judicial numa situação que é absolutamente econômica. E isso foi um equívoco do governo do Trump. Ele queria interferir no Judiciário de outro país, queria interferir na política do outro país, como se ele fosse imperador do mundo. Ele não é imperador do mundo, ele é presidente dos Estados Unidos”, afirmou Serafim.
A escalada das tensões: tarifas e sanções sem negociação
As falas ocorrem em um momento delicado das relações diplomáticas entre os dois países. Nos últimos dias, o ex-presidente Trump, pré-candidato à presidência nas eleições americanas de 2026, voltou a defender tarifas comerciais adicionais contra o Brasil, alegando “ameaças estratégicas” e “instabilidade institucional” no país sul-americano.
Sem aviso prévio ou diálogo com o governo brasileiro, medidas comerciais teriam sido anunciadas por aliados do Partido Republicano, incluindo a suspensão de isenções alfandegárias e barreiras ao aço e ao setor agrícola brasileiro. A decisão gerou reação em Brasília e foi interpretada por analistas como um gesto político com viés ideológico, e não técnico.
Reações e impactos econômicos
A ausência de tratativas diplomáticas entre os dois governos tem preocupado o setor produtivo. Empresários da região Norte, principalmente das cadeias ligadas à exportação de commodities, demonstraram receio com as consequências de um possível endurecimento tarifário por parte dos EUA, um dos maiores parceiros comerciais do Brasil.
“É fundamental que as decisões comerciais sejam tratadas dentro do campo econômico, com base em dados, negociações e respeito à soberania dos países”, destacou um analista ouvido pela equipe do Fala Amazonas, sob condição de anonimato.
Brasil defende diálogo institucional
O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ainda não se manifestou formalmente sobre os últimos anúncios vindos do Partido Republicano, mas interlocutores próximos ao Palácio do Planalto informaram que a postura será de “resposta institucional baseada na diplomacia e no multilateralismo”.
A fala de Serafim Corrêa, ex-prefeito de Manaus e nome influente no cenário político local, insere-se nesse debate, chamando atenção para o risco de contaminação de decisões econômicas por disputas políticas internacionais.
Contexto internacional em ano eleitoral nos EUA
As falas de Trump ocorrem em um contexto de pré-campanha nos Estados Unidos, onde o ex-presidente busca retomar protagonismo com discursos duros sobre comércio internacional. A retórica mira países considerados “alinhados à esquerda”, como Brasil, Venezuela e Cuba.
Especialistas apontam que o cenário atual exige atenção das autoridades brasileiras e organismos internacionais, a fim de evitar prejuízos econômicos derivados de decisões unilaterais e politizadas, sem base em acordos comerciais ou mecanismos de mediação internacionais.
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